Que tal aprender mais sobre o mindfulness e melhorar as habilidades de atenção, foco, produtividade e criatividade, além de regular as próprias emoções e os danos do estresse?
A Alice montou um curso de mindfulness e qualidade de vida, com duração de oito semanas, que utiliza vídeos e áudios para ensinar o que é a técnica e como incorporá-la no dia a dia, a fim de vivenciar os benefícios.
Quem conduz as explicações é Thais Requito, professora e treinadora de mindfulness, especialista formada pela Universidade de Oxford.
“O foco principal da prática é resolver questões relacionadas ao estresse, mas a Ciência, com todo o aparato tecnológico, comprovou que os benefícios da prática de mindfulness estão relacionados ao fato de que o nosso cérebro pode mudar estruturalmente e funcionalmente por causa dessa prática, graças a algo chamado de neuroplasticidade”, explica Requito.
Segundo a professora, o mindfulness vem sendo estudado e aplicado desde a década de 1970 em hospitais, empresas e escolas do mundo inteiro, especialmente em países da Europa e nos Estados Unidos.
“No centro de mindfulness da Universidade de Oxford há um programa chamado terapia cognitiva baseada em mindfulness, que segue, por oito semanas, um determinado roteiro em algumas práticas específicas. Lá no Reino Unido, esse programa foi reconhecido pelo sistema público de saúde como um tratamento oficial para a depressão”, destaca.
Segundo a treinadora, o mindfulness pode trazer benefícios não só para alguém com alguma questão de saúde mental, mas também para pessoas que estão tentando encontrar mais equilíbrio e qualidade de vida.
O que é mindfulness?
Mindfulness é a capacidade humana de prestar atenção ao que nos cerca, ao que acontece ao nosso redor, às experiências que estamos vivendo. Ao longo da vida, pode ser que a pessoa se esqueça de desenvolvê-la ou de colocá-la em prática, mas ao exercitar o mindfulness, a habilidade é relembrada e fortalecida.
Requito compara a capacidade à prática de exercícios físicos. “Quando a gente se exercita, fazemos um tipo de movimento específico para cada parte do nosso corpo. Com mindfulness é a mesma coisa. Trabalhamos diferentes técnicas para fortalecer diferentes habilidades emocionais e estimular essas áreas do seu cérebro.”
Quais são os elementos do mindfulness?
É importante pensar em mindfulness como a união de três elementos principais, segundo a treinadora. São eles:
- Atenção ou consciência plena, que é exatamente a tradução de mindfulness;
- Intenção forte, ou a intenção em direcionar a atenção para um determinado aspecto;
- Atitudes, sejam elas de curiosidade, paciência e de gentileza consigo próprio e com a experiência que estiver vivenciando.
“A combinação é muito importante, pois só funciona se fizermos tudo isso junto”, reforça Requito.
Como o curso de mindfulness funciona?
São oito vídeos que explicam um tema do mindfulness, e áudios com as práticas, para fortalecer todas as habilidades ensinadas. O programa tem uma duração total de oito semanas.
Este vídeo é a sessão introdutória ao curso de mindfulness. Confira abaixo os demais vídeos do curso:
Sessão 2: Cultivando a apreciação
Sessão 3: Atenção plena em movimento
Sessão 6: Passos com compaixão
Sessão 8: Permanecendo com o agradável
Mitos do mindfulness
Mindfulness e meditação são práticas religiosas? Não
Quando se pensa em mindfulness, muitas pessoas podem associar diretamente à meditação. E a meditação pode estar ligada à religião ou a algo místico e esotérico.
Segundo Requito, a prática da meditação vem, cada vez mais, sendo usada em outros ambientes, como hospitais, escolas, empresas, presídios, forças armadas, justamente porque está sendo desvinculada de qualquer prática religiosa.
Embora a meditação tenha, de fato, se desenvolvido a partir de práticas contemplativas – a mais conhecida é o budismo –, nesses ambientes em que ela é estudada e aplicada, vem sendo tratada como uma prática baseada em evidências. E esse é o primeiro mito.
“Mindfulness e meditação não estão relacionados com religião. Qualquer pessoa pode praticar”, explica a treinadora.
Meditar é parar os pensamentos? Não
Meditar não é igual parar os pensamentos. Segundo Requito, muitas pessoas se frustram porque tentam meditar e não conseguem parar de pensar.
“Nós somos criaturas pensantes e não temos que brigar com os nossos pensamentos. A prática da meditação vai justamente ajudar a se familiarizar com esses processos mentais e conhecer melhor os pensamentos que nos visitam, as nossas emoções, conhecer mais de perto o nosso corpo, para que possamos tomar as melhores decisões”, explica.
Preciso de uma postura certa para meditar? Não
Não é preciso praticar em uma postura específica. Dá para praticar em pé, sentado, deitado, caminhando ou em movimento.
“Vamos fazer práticas diferentes ao longo do curso para que todos possam experimentar”, avisa Requito.
O que preciso saber antes de praticar mindfulness?
A treinadora alerta que, caso você esteja em uma fase aguda de qualquer questão de saúde, talvez seja melhor esperar um pouco ou consultar os profissionais de saúde para saber se é uma boa ideia começar a praticar.
Outra precaução é com relação ao uso abusivo de álcool ou qualquer outra substância. “Não é recomendável que comece a prática quando estiver sob efeito dessas substâncias”, alerta.
Áudio de escaneamento corporal
Agora que você já sabe tudo isso, está na hora de começar a praticar e saber como o mindfulness funciona na vida real.
Dê play neste áudio, com duração de 10 minutos, em que a treinadora vai conduzir uma prática chamada “escaneamento corporal”.
Nela, a pessoa escaneia o próprio corpo com a atenção e começa a se familiarizar com as sensações físicas. “Não tem problema se você não sentir nada muito evidente de início. Com o tempo e a prática, você percebe mais e mais sensações. Por isso, não se esqueça de praticar todos os dias”, orienta Requito.
Outra experiência que pode ser adotada, complementar à prática, é fazer as refeições com a atenção plena. É comum que, na maioria das vezes, as pessoas se alimentem enquanto estão usando o celular ou conversando, sem perceberem o sabor, a textura e a temperatura do alimento.
“Já que estamos falando em viver com uma consciência plena, que tal convidar de verdade a consciência dos seus sentidos para tudo aquilo que você fizer ao longo dessa semana, começando pelas refeições?”, convida a professora.