Mente
29/03/2022 • 5 min de leitura
Sobrecarga de trabalho, falta de dinheiro ou a perda de alguém querido são causas comuns de estresse, que podem gerar reações físicas e emocionais do corpo.
Alguns desses efeitos são tensão, cansaço e irritabilidade. Outro bastante importante é a queda de cabelo, condição que afeta, sobretudo, a autoestima.
A queda de fios devido ao estresse é associada à elevação nos níveis de cortisol, hormônio produzido pelo organismo em resposta a situações de perigo ou ameaça.
Também conhecido como hormônio do estresse, o cortisol tem função importante na regulação do metabolismo.
Se estiver em excesso na corrente sanguínea, esse hormônio pode afetar, por exemplo, a absorção de substâncias essenciais para a saúde.
Micronutrientes, como vitamina A, B, C, D, E, ferro, selênio e zinco, contribuem com a renovação celular dos folículos pilosos, estruturas responsáveis pela produção e crescimento dos fios. A carência desses nutrientes pode levar à queda de cabelo.
Recentemente, cientistas também descobriram possíveis efeitos diretos de hormônios ligados ao estresse na renovação celular que ocorre durante o ciclo de vida dos fios.
Em estudo com roedores sobre a corticosterona, hormônio associado ao estresse similar ao cortisol em humanos, foi constatado que essa substância pode inibir a regeneração dos folículos, que acabam permanecendo em repouso por mais tempo.
Sem a devida multiplicação celular, os tecidos da região não se renovam, fazendo com que os fios caiam com facilidade.
Altos níveis de estresse também estão associados a alguns distúrbios capilares. Um deles se chama eflúvio telógeno, caracterizado pelo aumento da queda diária de fios de cabelo.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), essa condição tem como causa algum evento estressante, como uma infecção ou um transtorno psicológico.
Esse distúrbio acelera o ciclo dos fios, fazendo com que passem à fase de queda mais rapidamente.
Durante a pandemia, cientistas constataram que a infecção por covid-19 se transformou em uma das causas frequentes e comuns de eflúvio telógeno, identificado em um quarto das pessoas infectadas pelo novo coronavírus.
“A covid é um dos principais fatores que levam os pacientes a nos procurarem por queda de cabelo. Não é a calvície clássica. É uma queda que acontece de três a seis meses após a infecção pela covid”, afirma a médica dermatologista Fabia Schalch, da comunidade de saúde da Alice.
A boa notícia é que essa perda acelerada é temporária e o ciclo de crescimento dos fios tende a voltar ao normal com o passar do tempo. Isso porque o eflúvio é considerado um distúrbio autolimitado, ou seja, tem duração predeterminada de dois a quatro meses.
Em teoria, segundo a SBD, não é necessário um tratamento específico no couro cabeludo, a não ser que haja outra doença associada.
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A queda dos fios afeta diretamente a autoestima, uma vez que os cabelos compõem nossa aparência física e fazem parte da nossa identidade.
Quando a perda de fios não tem uma causa física determinada, que possa ser revertida com tratamento clínico, a alternativa para recuperar a vitalidade das madeixas é gerenciar o estresse.
“Primeiramente, busque identificar a fonte do estresse e se organize para modificar o contexto ou a situação”, sugere Aline Prato, psicóloga do Time de Saúde da Alice.
Segundo a profissional, se não for possível se afastar do que causa o estresse, deve-se buscar maneiras de aliviar a tensão.
“Opte por fazer terapia, praticar exercícios físicos regulares, meditação e ter contato com a natureza. Estudos mostram que 10 minutos na natureza reduzem significativamente o estresse”, destaca a psicóloga.
Em situações que aumentam a carga de estresse, como a pandemia, uma dica para não se abater é ressignificar a importância de coisas simples.
“Em meio a tanta preocupação e sofrimento, sempre busque atividades prazerosas, por menores que sejam. Algumas práticas como o distanciamento físico ainda são exigidas, mas manter conexões e proximidade emocional com outras pessoas pode ajudar. Abrir mão do controle e fazer o nosso melhor nesse contexto são o melhor caminho”, finaliza a psicóloga Aline Prato.
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