Felicidade no Trabalho
Mudar de profissão requer autoconhecimento, análise de mercado e planejamento; saiba identificar os sinais de quando só trocar de emprego não basta.
19/07/2022 • 6 min de leitura
A onda de pedidos de demissão mundo afora {também conhecida como Great Resignation} mostrou que as pessoas estão cada vez mais dispostas a abrir mão do emprego em busca de qualidade de vida.
Nesse processo de reavaliação do que realmente importa, muita gente vai além e chega à conclusão de que, para encontrar a felicidade no trabalho, é preciso mudar de carreira. Mas como saber se essa é a melhor decisão?
“O trabalho muitas vezes perde o sentido. Nós mudamos, o mercado muda. Essa tomada de consciência, entretanto, demanda muita reflexão”, afirma a psicóloga e orientadora de carreira Adriana Gomes, autora de “Tô Perdido! Mudança e Gestão de Carreira” e “Mudança de Carreira e Transformação da Identidade”.
Antes de pensar em dar uma guinada na vida profissional, é muito importante identificar se o trabalho desperta sentimentos negativos. Ansiedade, falta de motivação, apatia e tédio são alguns deles.
Estar sempre reclamando, sentir inveja de amigos bem-sucedidos ou manter o emprego apenas pelo salário também podem ser indicativos de que algo precisa mudar.
Mas o que vai ser determinante para uma decisão acertada sobre o que fazer é avaliar se a insatisfação está realmente relacionada com a profissão ou se o problema está apenas no ambiente de trabalho atual.
“É preciso dar nome para as coisas que não estão boas. Muitas vezes a pessoa está infeliz porque não tem suporte, não tem feedback ou a relação com o gestor é ruim. Então ela começa a se questionar. Mas talvez seja o caso de trocar de emprego, e não de carreira”, destaca a psicóloga.
Uma alternativa para quem deseja outro posto de trabalho, sem ter que aprender uma nova profissão, é mudar de função dentro da área de formação. Por exemplo, deixar de atuar na área de suporte para trabalhar no setor de programação ou como desenvolvedor em uma mesma empresa de tecnologia ou em outra companhia.
Se você já tentou trocar de função dentro de uma mesma empresa {ou até de emprego} e continua insatisfeito, então talvez uma mudança de vida mais significativa possa fazer sentido. Neste caso, é importante ter clareza sobre quatro pilares fundamentais para uma transição de carreira segura:
Segundo Adriana Gomes, o autoconhecimento é um dos pilares de uma tomada de decisão segura quando alguém cogita mudar de carreira.
Além de medir o bem-estar no trabalho, vale a pena avaliar todo o histórico de vida. Relembrar a trajetória pessoal com um olhar atento ao período que vai da definição da profissão até a progressão ao posto de trabalho atual permite repensar escolhas, além de reavivar sonhos e paixões.
Uma das principais perguntas a serem feitas é: “O que te move?”. Para muitos, é mais fácil definir o que não motiva ou não traz propósitos significativos antes de encontrar as respostas certas.
Sentir-se desconectado de uma vocação, constatar que deixou um talento ou habilidade em segundo plano, ou rememorar outros caminhos profissionais nos quais já se imaginou são algumas reflexões possíveis.
Para definir um novo campo de atuação, é também primordial uma análise de mercado, considerado o segundo pilar de uma transição de carreira segura.
“É preciso estudar muito bem sobre como será possível contribuir nessa nova área. Já vi pessoas usarem todas as economias para abrir uma franquia, sem terem preparo e perfil para isso”, exemplifica a psicóloga Adriana Gomes.
Para uma transição de carreira bem sucedida, é recomendado muito planejamento.
Se houver uma crise no setor de interesse, por exemplo, o ideal é aguardar uma época mais favorável.
O início da transição pode ser definido em um plano com metas de curto, médio e longo prazo. Recomenda-se ainda fazer uma reserva financeira, considerando esses objetivos.
Algumas pessoas podem preferir trabalhar com cenários, deixando para pedir demissão do emprego atual apenas quando surgir uma oportunidade no outro setor.
Mas, para isso, é preciso participar de processos seletivos e de entrevistas. Nesses casos, a dica é mostrar como sua experiência anterior pode contribuir para um bom desempenho na vaga desejada.
Para quem vai começar totalmente do zero, é preciso coragem, perseverança, resiliência e humildade. Seja para empreender ou para assumir postos em hierarquia inferior ao que ocupava até então.
“A pessoa tem que saber que pode não ser simples, nem rápido. Vivemos num mundo de imediatismo, mas é preciso alinhar expectativas”, lembra Adriana Gomes.
Contar com uma rede de apoio emocional, incluindo membros da família e amigos, também ajuda a encarar os desafios com mais determinação.
“Muitos dilemas podem aparecer e ter quem te ajude e motiva, favorece a jornada. A dica é dar o melhor de si e estar disposto a aprender com todas as experiências”, conta Adriana.
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