Corpo
Tendência é reflexo de hábitos pouco saudáveis, como a ingestão de ultraprocessados; entenda que fazer para evitar o ganho de peso.
22/07/2022 • 6 min de leitura
Uma projeção feita pela Federação Mundial de Obesidade apontou que 30% da população brasileira terá obesidade em 2030. Hoje, esse índice é de 21%.
A previsão é um reflexo de hábitos pouco saudáveis. Segundo a pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, só 22,5% dos brasileiros seguem a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) de comer pelo menos 400 g de frutas e hortaliças todos os dias.
Além disso, 18,2% dos brasileiros consomem cinco ou mais grupos de alimentos ultraprocessados, e 14% ingerem refrigerantes cinco ou mais vezes por semana.
Para completar, tem caído a frequência de consumo regular de feijão no país. A taxa de adultos que dizem comer feijão em ao menos cinco dias por semana caiu de 66,8%, em 2007, para 58,3% em 2020.
Os níveis de prática de atividade física também estão aquém do ideal –48,2% da população não pratica quantidade suficiente para sair do sedentarismo, e 66% passam, no mínimo, três horas do tempo livre diante da televisão, do computador, do tablet ou do celular.
“Esse contexto de atividade física insuficiente e consumo alimentar inadequado, com um amplo acesso a comidas ultraprocessadas, contribui para o aumento da obesidade no Brasil”, aponta a nutricionista Priscila Giacomo Fassini, da Comunidade de Saúde da Alice.
Ela ressalta que a obesidade é fruto da interação entre fatores genéticos, ambientais e comportamentais. Por isso mesmo, a prevenção e o tratamento devem ser multidisciplinares.
O cuidado deve começar cedo. É importante que os hábitos saudáveis estejam presentes na infância para que perdurem na adolescência e na vida adulta.
“É importante limitar o ganho de peso por meio de hábitos alimentares, de estilo de vida saudável e da prática de atividade física. Estudos mostraram que fatores genéticos predispõem os indivíduos à obesidade, mas essa suscetibilidade pode ser atenuada por escolhas de vida mais equilibradas”, diz Priscila Fassini.
Dicas práticas
Fuja das dietas radicais que prometem perda de peso rápido. Infelizmente, não há fórmula mágica para tratar a obesidade.
A Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica) recomenda um tratamento que envolva alimentação, atividade física e modificação comportamental.
E, para construir um novo estilo de vida, é essencial aliar individualidade, respeito e humanidade, segundo Priscila Fassini.
“A mudança de estilo de vida é a primeira estratégia a ser incentivada para o tratamento da obesidade, por se tratar de uma abordagem que promove transformações entre o indivíduo e a sua relação com o alimento, além da atividade física e de outros hábitos do estilo de vida. Ela também promove uma melhor manutenção do peso a longo prazo, quando realizada da maneira adequada e com acompanhamento profissional.”
A construção de novos hábitos demanda tempo e dedicação. O desafio é identificar os gatilhos que se tornam barreiras para alcançar objetivos, sejam eles pequenos ou grandes, assim como entender os insights que ajudam a criar estratégias de resiliência para enfrentar essas barreiras.
Os 6 estágios de motivação para a mudança de comportamento
Tratamentos medicamentosos devem ser discutidos e prescritos por profissionais da saúde, assim como a cirurgia bariátrica, indicada para casos graves.
O emagrecimento saudável envolve a perda de 5% a 10% do peso ao longo de seis meses.
Um dos grandes desafios depois é como manter o peso, que envolve seguir as recomendações práticas já listadas acima.
“Uma necessidade ainda não atendida no tratamento da obesidade é evitar a recidiva de peso a longo prazo, visto que, em geral, 80% dos pacientes recuperam o peso perdido após a intervenção dietoterápica. A recuperação do peso é esperada, especialmente quando o tratamento é descontinuado”, afirma Fassini.
O IMC (Índice de Massa Corporal) é o parâmetro adotado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) para classificar o peso das pessoas.
Ele é calculado dividindo o peso pela altura elevada ao quadrado. Basta você multiplicar sua altura por ela mesma e depois dividir seu peso pelo resultado da conta.
Um exemplo: se a pessoa tem 1,70 m e 80 kg, vai multiplicar 1,70 x 1,70 = 2,89. E depois dividir o peso por esse valor: 80 / 2,89 = 27
As classificações de acordo com o IMC são:
Peso considerado normal: IMC entre 18,5 e 24,9
Sobrepeso: IMC entre 25 e 29,9
Obesidade: IMC igual ou maior a 30
Dentro dessa categoria de obesidade, ainda há as seguintes classificações:
Grau 1: pessoas com IMC entre 30 e 34,9
Grau 2: de 35 a 39,9
Grau 3: IMC igual ou acima de 40
Fassini, porém, faz um alerta sobre o uso exclusivo do IMC no diagnóstico. “Esse critério é inadequado para diagnosticar a obesidade com precisão, uma vez que ele não distingue a composição corporal e a distribuição da gordura corporal do indivíduo, que é um determinante do risco metabólico”, afirma.
A alternativa para ter uma avaliação mais assertiva do quadro é utilizar técnicas para a avaliação da composição corporal de acordo com a especificidade de cada indivíduo.
O IMC elevado é reconhecido como um importante fator de risco para doenças cardiovasculares e renais, diabetes, alguns cânceres e distúrbios musculoesqueléticos, dentre outras, segundo Fassini.
Além disso, estudos já identificaram relação entre o aumento do IMC e alta taxa de mortalidade em pessoas com IMC igual ou superior a 25.
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